No livro "O Homem mais Rico da Babilônia" de George Glason, encontrei "As Sete Soluções para a Falta de Dinheiro" contadas de forma que pareça que está na antiga Babilônia, cidade mais rica e próspera da época.
As quatro primeiras soluções, já havia enviado por e-mail para vários amigos, conhecidos, colegas, parceiros, e a partir de hoje passarei a postá-las aqui no blog também.
Postarei as quatro primeiras, já enviadas, e as demais, postarei semanalmente conforme estava enviando os e-mails.
Sete soluções para a falta de dinheiro
A GLÓRIA DA Babilônia permanece. Através das idades, sua reputação chega até nós como a mais rica das cidades, e seus tesouros, como fabulosos.
Mas nem sempre tinha sido assim. As riquezas da Babilônia foram o resultado da sabedoria de seu povo. Eles primeiro tiveram que aprender a se tornarem prósperos.
Quando o bom Rei Sargon voltou à Babilônia, depois de ter derrotado seus inimigos, os elamitas, viu-se confrontado com uma séria situação. O chanceler real explicou-lhe o que estava se passando:
— Depois de muitos anos da grande prosperidade trazida a nosso povo, porque Sua Majestade mandou construir os grandes canais de irrigação e os suntuosos templos para nossos deuses, agora que tais obras se acham prontas o povo parece incapaz de garantir sua própria sobrevivência.
"Os trabalhadores estão desempregados. Os comerciantes contam com poucos fregueses. Os fazendeiros não conseguem vender suas colheitas. O povo em geral não tem dinheiro para comprar comida."
— Mas onde foi parar todo o ouro que gastei nessas benfeitorias? — perguntou o rei.
— Temo que se encontre no bolso — respondeu o chanceler — de alguns poucos homens ricos de nossa cidade. Escorreu pelos dedos da maioria das pessoas tão rapidamente quanto o leite das cabras pelo coador. Agora que o fluxo de ouro cessou, o grosso da população não tem nada para apresentar dos seus ganhos.
O rei ficou pensativo por algum momento, depois perguntou:
— Por que deveriam tão poucos homens serem capazes de adquirir todo o ouro?
— Porque sabem como fazê-lo — replicou o chanceler. — Não se pode condenar um homem por ter sabido atrair o êxito. Tampouco se pode com justiça tirar de um homem que construiu honestamente sua fortuna para dividir com outros que não tiveram tal capacidade.
— Mas por que — insistiu o rei — não deveria todo o povo aprender a acumular riqueza e, conseqüentemente, tornar a si mesmo rico e próspero?
— Até que seria possível, majestade. Mas quem pode ensinar-lhes? Certamente não os sacerdotes, já que nada conhecem a respeito de ganhar dinheiro.
— Quem, chanceler, em nossa cidade é o mais bem preparado nessas questões de fazer fortuna? — inquiriu o rei.
— Eis uma pergunta que já traz embutida a própria resposta, majestade. Quem acumulou a maior riqueza em toda a Babilônia?
— Muito bem dito, chanceler. Trata-se de Arkad. Ele é o homem mais rico da Babilônia. Traga-o até o palácio amanhã cedo.
No dia seguinte, como o rei havia determinado, Arkad apresentou-se diante dele lépido e fagueiro, a despeito de seus setenta anos de idade.
— Arkad — disse o rei —, é verdade que você é o homem mais rico da Babilônia?
— É o que se costuma dizer, majestade, sem que ninguém tenha aparecido para contestá-lo.
— Como se tornou tão rico? — Aproveitando as oportunidades disponíveis a todos os cidadãos de nossa boa cidade.
— Mas naturalmente começou com alguma coisa...
— Somente com o desejo de ser rico. Além disso, mais nada.
— Arkad — continuou o rei —, nossa cidade encontra-se numa péssima situação, porque alguns poucos sabem como ganhar dinheiro e, conseqüentemente, monopolizam-no, enquanto a massa dos cidadãos não sabe guardar uma parte sequer do que recebem.
"É meu desejo que a Babilônia seja a cidade mais rica do mundo. Precisa, portanto ser uma cidade de muitos homens ricos. Assim, temos de ensinar a todas as pessoas como adquirir riqueza. Diga-me, Arkad, existe algum segredo para isso? Trata-se de algo que possa ser ensinado?"
— Naturalmente, majestade. Tudo o que um homem conhece pode ser ensinado a outros. Os olhos do rei brilharam.
— Arkad, você acaba de pronunciaras palavras que eu queria ouvir. E se você mesmo se incumbisse dessa nobre causa? Não gostaria de formar com seus conhecimentos uma escola de professores, cada um dos quais educaria outros até que tivéssemos um quadro amplo o bastante para levar essas verdades a todos os súditos honestos de meu reino?
Arkad inclinou-se e disse:
— Sou um humilde servo a suas ordens. Darei de bom grado todo o conhecimento que possuo pelo aperfeiçoamento de meus semelhantes e pela glória de meu rei. Faça com que seu bom chanceler me arrume uma turma de cem homens e lhes ensinarei essas sete soluções que acabaram por resolver todas as minhas questões de dinheiro, quando, talvez, no início, não houvesse em toda a Babilônia um cidadão mais atrapalhado do que eu.
Duas semanas depois, de acordo com as ordens do rei, os cem escolhidos reuniram-se no grande saguão do Templo do Saber, sentados em semicírculo, formando fileiras multicoloridas. À frente deles achava-se Arkad, ocupando um tamborete acima do qual ardia um candeeiro sagrado, origem do forte e agradável aroma que se espalhava pela sala.
— Veja, o cidadão mais rico da Babilônia — murmurou um estudante, cutucando um vizinho quando Arkad se levantou. — Não passa de um homem como qualquer um de nós.
— Como um respeitoso súdito de nosso grande rei — começou Arkad —, encontro-me diante de vocês a serviço dele. Considerando que alguma vez fui um pobre jovem que alimentava o forte desejo de adquirir ouro e que, nessa busca, acumulou conhecimentos que o capacitaram a isso, ele determinou que eu viesse até aqui para transmitir a vocês tudo que aprendi.
"Comecei minha fortuna de modo bastante humilde. Não tinha maior vantagem do que aquela de que todos vocês e qualquer outro cidadão da Babilônia dispõem.
"O primeiro depósito de meu tesouro foi uma bolsa já gasta pelo uso. Eu detestava vê-la imprestavelmente vazia. Queria que estivesse gorda e repleta, tilintando ao som do ouro. Por isso, busquei todos os remédios possíveis para conseguir uma bolsa cheia. Achei sete.
"Assim, explicarei aos que se acham reunidos nesta sala as sete soluções para a falta de dinheiro, que recomendo a todos aqueles que anseiam por bastante ouro. Consagrarei cada um dos dias da semana a um desses remédios.
"Ouçam atentamente tudo quanto lhes disser. Debatam o assunto comigo. Discutam-no entre vocês mesmos. Aprendam meticulosamente estas lições, para que também possam plantar em suas próprias bolsas a semente da riqueza. Primeiro cada um de vocês deverá sabiamente construir a própria fortuna. Quando tiverem acumulado competência suficiente para isso, estarão aptos a passar adiante tais verdades.
"Ensinar-lhes-ei meios simples para engordar a própria bolsa. Este é o primeiro degrau que conduz ao templo da riqueza, aonde ninguém pode chegar se não tiver condições de pôr firmemente os pés nesse primeiro degrau.
"Consideremos agora a primeira solução."
A PRIMEIRA SOLUÇÃO
Comece a fazer seu dinheiro crescer
Arkad dirigiu-se a um homem pensativo na segunda fila.
— Meu bom amigo, qual é o seu ofício?
— Sou um escriba — respondeu o homem—e gravo registros sobre tabuinhas de argila.
— A profissão em que eu mesmo ganhei minhas primeiras moedas de cobre. Conseqüentemente, você tem a mesma oportunidade para construir uma fortuna.
Descobriu em seguida um participante de rosto corado, um pouco mais atrás.
— Conte-nos, por favor, o que faz para ganhar seu pão.
— Sou um açougueiro — respondeu ele. — Compro cabras a seus criadores, abato-as, vendo a carne para as donas de casa e o couro para os fazedores de sandálias.
— Uma vez que trabalha e ganha regularmente o seu dinheiro, você tem as mesmas condições que tive de ser bem-sucedido.
E assim procedeu Arkad com todos os presentes, a fim de saber de que modo cada um deles conseguia o próprio sustento. Terminada a inquirição, disse:
— Assim, caros discípulos, podemos ver que existem muitos negócios e ocupações cujo exercício confere às pessoas a oportunidade de obter seus ganhos. Cada uma dessas maneiras de remuneração é uma torrente de ouro da qual o trabalhador pode desviar uma porção para sua própria reserva. Assim, na bolsa de cada um de vocês há um fluxo maior ou menor de moedas, de acordo com a capacidade de cada qual. Concordam com isso?
Todos concordaram.
— Portanto — continuou Arkad —, se cada um de vocês quiser construir uma fortuna, não será uma atitude inteligente começar usando essa fonte de riqueza que a pessoa já consolidou? A concordância foi ainda geral.
O homem mais rico da Babilônia voltou-se então para um homem humilde que tinha afirmado ser um vendedor de ovos.
— Se você separar um de seus cestos e nele colocar toda manhã dez ovos, daí tirando toda noite nove ovos, o que acontecerá finalmente?
— Com o tempo ele transbordará.
— Por quê?
— Porque a cada dia coloco ali sempre mais um ovo do que a quantidade que eu tiro.
Arkad voltou-se para a turma, sorrindo.
— Todos os homens por aqui se acham em dificuldades financeiras?
Primeiro os participantes ficaram olhando. Depois riram. Finalmente agitaram, divertidos, os pequenos bornais onde costumavam carregar suas moedas.
— Muito bem — continuou ele —, agora vou comunicar-lhes o primeiro remédio que aprendi para solucionar o problema da falta de dinheiro. Façam exatamente como sugeri ao vendedor de ovos. Para cada dez moedas que colocarem em suas bolsas, não retirem para uso próprio mais do que nove. A bolsa começará a ficar estufada, e seu peso cada vez maior será uma fonte de prazer para as suas mãos e uma fonte de bem-estar para as almas.
"Não zombem do que eu digo por causa de sua simplicidade. A verdade é sempre simples. Disse que lhes contaria como construí minha fortuna. Foi esse o meu começo. Eu andava invariavelmente quebrado e detestava isso porque não podia satisfazer meus desejos. Mas, desde que comecei a retirar de minha bolsa não mais de nove cotas das dez que ali depositava, ela começou a engordar. O mesmo acontecerá com vocês.
"Agora lhes falarei de uma estranha verdade cuja razão desconheço. Quando deixei de desembolsar mais do que nove décimos de meus ganhos, iniciei minha carreira de êxitos. Não fiquei mais desprevenido do que antes. Ao contrário, as moedas começaram a aparecer com maior freqüência. Certamente é uma lei dos deuses que, para aquele que poupa e não gasta uma determinada parte de seus ganhos, o dinheiro virá mais facilmente. De modo curioso, ele costuma evitar aquele cuja bolsa se mantém sistematicamente vazia.
"Qual pode ser o maior anseio de vocês? A satisfação dos desejos de cada dia, uma jóia, um adorno, melhores roupas, mais comida? Coisas que rapidamente se vão e são esquecidas? Ou, pelo contrário, sonhariam com bens mais estáveis — ouro, terras, rebanhos, mercadorias —, investimentos que trazem bons lucros? As moedas que vocês usam no dia-a-dia concedem aqueles primeiros desejos. As que vocês guardam, os segundos.
"Esta, meus discípulos, foi a primeira solução que descobri para a minha falta de dinheiro: 'Em cada dez moedas conseguidas de qualquer fonte, não gastem mais do que nove.' Debatam o assunto entre vocês. Se alguém puder provar que isso não é verdade, conversaremos a respeito amanhã quando estivermos juntos de novo."